Blog Conclusões sobre alocação de ativos: Criando resiliência em meio a incertezas Nesta versão condensada de nossa Perspectivas de Alocação de Ativos de Julho de 2020, discutimos como estamos posicionando os portfólios multiativos à luz de nossas perspectivas para a economia global.
Estes são tempos sem precedentes. Hoje os investidores enfrentam o desafio de montar portfólios em um ambiente onde os preços dos ativos parecem desconectados da economia real e a solução para a crise da saúde ainda é nebulosa. Nossa análise, discutida em maior profundidade em nossa publicação Perspectiva de Alocação de Ativos, sugere que as valuations dos ativos de risco (ações e crédito) estão mais ou menos justas, depois de ajustar pelo nível atual das condições financeiras, que estão bastante expansionistas, e supondo uma recuperação econômica gradual. Não obstante, a distribuição dos possíveis cenários econômicos ao longo dos próximos 12 meses é excepcionalmente ampla. Dessa forma, acreditamos que os investidores devem manter os portfólios multiativos com uma exposição moderada ao risco, com foco em empresas com perspectivas de crescimento secular ou temático e que estejam posicionadas para proporcionar lucros sólidos em um ambiente macroeconômico mais morno. Como sempre, a diversificação robusta do portfólio é fundamental, mas conseguir isso exige uma abordagem multifacetada. Duration, ativos reais e moedas podem desempenhar um papel importante. O lado positivo é que, frequentemente, a volatilidade e a incerteza levam a excelentes oportunidades de investimento. Acreditamos que os próximos trimestres apresentarão um cenário excelente para a gestão ativa, pois a natureza e o ritmo da recuperação criarão muitos vencedores e perdedores. Isso deve proporcionar uma infinidade de oportunidades para agregar valor por meio da seleção de setores e da alocação tática de ativos. Acreditamos que portfólios cuidadosamente estruturados, bem diversificados e suficientemente ágeis devem estar na melhor posição para navegar pelos próximos meses. Implicações para os investimentos Ações globais: Estamos overweight em ações dos EUA, dada a maior parcela de empresas de alta qualidade e crescimento nesse mercado. Também estamos overweight no Japão, que tem características de qualidade em melhoria, valuations atraentes e uma exposição cíclica mais inclinada para os setores que favorecemos. Estamos underweight em ações europeias e de mercados emergentes, já que essas regiões são mais cíclicas e, portanto, menos resilientes a um cenário negativo. Do ponto de vista setorial, temos preferência por tecnologia e saúde, onde estão ocorrendo as inovações. Acreditamos que, nesses setores, as empresas inovadoras têm o potencial de proporcionar crescimento elevado de lucros mesmo em um mundo de crescimento baixo. Crédito tradicional: Damos preferência a empresas investment grade (IG) de alta qualidade, que acreditamos que podem proporcionar retornos ajustados pelo risco atraentes em diversos cenários de recuperação, ao mesmo tempo em que estamos cautelosos com exposições a entidades altamente alavancadas. Também vemos oportunidades em títulos sênior de empresas financeiras selecionadas e capital bancário, bem como em créditos high yield não cíclicos com classificação BB. Em outros setores de crédito, estamos overweight em títulos hipotecários emitidos por agências (agency MBS). Os títulos pass-through de agências parecem estar sendo negociados com valuations atraentes e devem ser beneficiados pelo apoio contínuo da política monetária. Eles também oferecem uma oportunidade de melhorar a qualidade de crédito, com taxas similares e liquidez melhor. Finalmente, preferimos os títulos soberanos da periferia da Europa, devido a seus spreads atuais e porque esperamos a manutenção do suporte dado pela política do banco central europeu. Crédito não tradicional: Deslocamentos de preço em outras partes dos mercados de crédito criaram oportunidades com risco/retorno atraentes. Continuamos a encontrar valor nos mercados de créditos estruturados, particularmente em títulos sênior com rating AAA lastreados em um pool diversificado de ativos; como exemplos, citamos os MBS comerciais, MBS residenciais e collateralized loan obligations (CLOs). Os MBS antigos, não vinculados a agências, continuam atraentes do ponto de vista de valuation, devido aos fundamentos favoráveis do mercado habitacional dos EUA. Nos mercados emergentes (ME), preferimos a divida externa do que classes de ativos que tendem a ser bastante sensíveis ao crescimento, como ações, moedas e dívidas em moeda local. Os mercados privados se movem mais lentamente que os públicos, e os sinais de tensão demoram mais a aparecer. Estamos começando a ver oportunidades atraentes em alguns segmentos, como CMBS e empréstimos privados. Esperamos novos ajustes nos mercados de dívidas privadas ao longo dos próximos 12 meses, refletindo as condições econômicas mais fracas e uma concorrência menor entre os credores. Além disso, empresas que até agora tinham acesso a fontes tradicionais de financiamento podem ser forçadas a recorrer a fontes privadas de capital. Acreditamos que, nos próximos anos, as estratégias oportunistas desempenharão um papel cada vez mais importante nos portfólios de muitos investidores, conforme eles busquem atingir seus objetivos de retorno no longo prazo. Diversificação do portfólio: De forma similar à parcela pró-cíclica de um portfólio multiativos, no ambiente atual o componente de atenuação de riscos exige uma abordagem diferenciada. Acreditamos que, em lugar de depender do duration como única âncora para enfrentar os ventos laterais, os investidores precisam empregar um conjunto de ferramentas muito mais amplo, composto por ativos diversificadores com apoio explícito ou implícito do governo, moedas de baixo risco e ativos e estratégias alternativas. Com os prêmios de risco baixos em toda a parte, damos preferência aos EUA e à Austrália, devido às taxas mais elevadas e, portanto, ao maior espaço para amortecer quedas em um evento de fuga para a qualidade. Acreditamos que um posicionamento bem diversificado e direcionado em duration deve ser complementado com outros ativos atenuadores de risco. O conjunto de oportunidades pode consistir de moedas procuradas quando aumenta a aversão ao risco, como o iene japonês e o franco suíço, ativos de alta qualidade que estejam recebendo sustentação da política econômica, como títulos hipotecários com garantia de agências federais e créditos corporativos investment grade com rating AA/AAA, bem como estratégias alternativas de diversificação. Os investidores também podem considerar alocações a ouro, que tende a ser um ativo resiliente, além de ter proporcionado diversificação em várias recessões e períodos de incerteza macroeconômica elevada. LEIA AQUI Erin Browne é managing director e portfolio manager no escritório de Newport Beach office, concentrando-se em estratégias multiativos. Geraldine Sundstrom é managing director e portfolio manager no escritório de Londres, voltada para estratégias de alocação de ativos.
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